Archive for janeiro 2014

Bem-Aventurados os Aflitos - Capítulo V - "Perda de Pessoas Amadas e Mortes Prematuras"

Ouve-se muito dizer, quando desencarna uma criança ou um jovem, que a dor é mais profunda porque a morte prematura foge da "ordem natural" das coisas. Ao dizer isso, é como se esperássemos que existisse uma regra onde a doença e o desencarne só chegassem após termos vivido tudo o que tínhamos de viver, após termos "aproveitado a vida".

Nos esquecemos, porém, que as regras não são nossas - e que é bastante possível que aquele que desencarna jovem já tenha aproveitado sua vida da melhor forma possível.

Não temos o mesmo passado espiritual, cada espírito é uma unidade indivisível e única - um indivíduo. Por consequência, não precisamos passar todos pelas mesmas experiências em cada encarnação.  Cada um de nós vivera aquilo que necessita para acelerar seu processo de regeneração e evolução. Temos o hábito de acreditar que uma vida só se completa na idade avançada, após o trabalho, o casamento, os filhos... Mas não existe um padrão a ser seguido. Muitas existências, ainda que breves, são extremamente proveitosas e "completas".

Em nosso egoísmo (motivado pelo sofrimento causado pelo desencarne prematuro de uma pessoa amada), acabamos nos revoltando com os desígnios de Deus. Não aceitamos - ou não queremos aceitar - a ausência. Achamos injusto, cruel.

É nesse momento em que devemos analisar melhor a questão.

Sabemos que estamos em um planeta de provas e expiações, onde passamos por diversas experiências (frequentemente problemáticas) para que possamos aprender com elas. Existe uma razão inteligente por trás de cada acontecimento. Usando da lógica, podemos apenas chegar à conclusão de que no caso de uma morte prematura, o espírito em questão não havia mais necessidade de continuar na Terra.

Vários podem ser os motivos, mas podemos supor duas razões principais:
1. O espírito, sendo merecedor, não precisa passar longo tempo encarnado neste "vale de misérias"; sua evolução pode se fazer de forma mais rápida e eficaz com um desencarne precoce.
2. Por ainda encontrar-se em estado de fragilidade moral, será melhor que o espírito não passe pelas provas duras da vida adulta. Assim, ele poderá desencarnar ainda enquanto jovem, podendo completar sua regeneração aos poucos.

Não nos cabe tentar adivinhar ou julgar qual razão se aplica a tal e tal espírito. Como dissemos, existem diversos motivos para o desencarne precoce - apenas enumeramos aqui, a título de esclarecimento, as razões mais "comuns". Seja qual for o motivo, o importante é nos lembrarmos que esses desencarnes não são nem castigos e nem anomalias. Eles são apenas experiências pelas quais têm de passar o espírito em evolução.

O espírito que desencarna enquanto jovem não está "perdendo" alguma oportunidade. Pelo contrário, é mais provável que a experiência lhe seja benéfica. Não devemos nos angustiar pensando naquilo que o desencarnado poderia ter feito, ou poderia ter vivido. Se houvesse a necessidade de realizar determinadas tarefas através de uma vida longa, o espírito não teria desencarnado precocemente.

A morte prematura não é apenas uma experiência importante para o espírito que desencarna, mas também para seus amigos e familiares. É através de tais momentos de provação extrema que podemos olhar a vida espiritual de forma diferente e aprender, com a dor da ausência, que a separação não é permanente. Somos chamados, quase aos gritos, a dar uma importância à vida espiritual; a relativizar, a perdoar, a buscar consolo, a evoluir sempre e a valorizar nossa experiência terrena.

Aceitemos os desígnios divinos, tendo confiança e fé, sempre; e sabendo, acima de tudo, tirar proveito de todas as situações que se nos apresentam, para evoluirmos e nos tornamos pessoas melhores. Esse é o motivo, afinal de contas, pelo qual estamos aqui e pelo qual temos de lidar com tais situações. Fiquemos em paz.

Pedi e Obtereis - Capítulo XXVII - "Venturas da Prece"

Não apenas para pedidos e agradecimentos serve a prática da prece, apesar de serem suas funções mais conhecidas. A prece serve como elo de ligação, através do pensamento, entre nós e os espíritos superiores, mensageiros do Bem e da Verdade.

Frequentemente, o momento da prece fica relegado aos momentos que precedem o sono. É uma prática bastante importante, principalmente se nos lembrarmos que o espírito não fica jamais inativo - portanto, enquanto o corpo dorme, o espírito desprende-se para encontrar-se com outros espíritos com quem tem afinidade. Porém, podemos facilmente sermos levados a lugares agradáveis, de baixas vibrações (tanto em razão de nossas tendências quanto da influência de espíritos desencarnados). Convém, então, pedirmos em prece, antes de dormir, para sermos levados às colônias espirituais onde possamos aprender e trabalhar, em boa companhia espiritual.

Contudo, é preciso que nos lembremos que durante o dia, também estamos à mercê de nossas tendências inferiores e da influência de espíritos desencarnados. Ao sairmos de casa, encontramos todo tipo de pessoas - no trabalho, nas escolas, nos lugares públicos; todas essas pessoas são indivíduos, com seus próprios pensamentos e padrão vibratório*.

* Para saber mais sobre o efeito de nossos pensamentos sobre nosso padrão vibratório, clique aqui!

Às vezes, ao encontrarmos pessoas com um padrão vibratório em desequilíbrio, podemos acabar inconscientemente assumindo o mesmo padrão vibratório, o que traz diversos males. É preciso então que saibamos manter nosso padrão vibratório elevado, para estarmos em equilíbrio - afinal, precisamos estar espiritualmente saudáveis se queremos ajudar aos outros e a nós mesmos.

Nesse caso, aconselha-se recorrer à prece também pela manhã - antes mesmo de qualquer outra atividade. Neste momento, podemos pedir para sermos guiados pelos bons espíritos, para sermos protegidos e que assim possamos cumprir com nossas atividades diárias com dedicação e prazer.

Quanto à forma da prece, não existe verdadeiramente uma fórmula, contudo que falemos com clareza, humildade e intenção. O que importa não são as palavras ditas, mas o sentimento por trás dessas palavras. Podemos fazer uma prece maravilhosa, longa e elaborada, sem que isso signifique que estejamos colocando nosso coração nela - e então, ela não será ouvida, pois o que move a prece é a vontade.

Por outro lado, podemos fazer uma prece extremamente simples, mas com tantas boas intenções que nossos amigos espirituais ficarão emocionados.

Não esqueçamos também que a prece atrai espíritos superiores, que estão sempre dispostos a nos guiar e a nos ajudar, a mando de Deus. Por isso é também importante que, nos momentos mais difíceis, nos quais nos sentimos menos inclinados às orações, façamos uma prece. É nesses momentos em que mais precisamos da boa companhia dos guias espiritais. Podemos fazer o mesmo pelos outros - a prece é também uma forma de caridade (e muito eficaz!): peçamos então por todos aqueles que se encontram em situações críticas, em momentos de fraqueza e dificuldade.

Idealmente, estaríamos "em prece" a todo momento - ou seja: ligados aos bons espíritos, protegidos contra vibrações prejudiciais, constantemente conscientes da presença de Deus. Infelizmente, ainda temos muita dificuldade em fazer isso - mas podemos ao menos tentar introduzir mais momentos de prece em nosso dia a dia (desde que isso não atrapalhe em nossas tarefas!).

Ao invés de vermos esses momentos como "obrigações" às quais temos de nos submeter, tentemos vê-los pelo que eles realmente são: momentos de paz, de refazimento de energias - momentos em que podemos nos desligar rapidamente dos problemas cotidianos, entrando em contato com as camadas celestes mais altas.

Não esqueçamos, então, da utilidade da prece, tanto para nós quanto para todos os outros. Através dela, podemos facilmente melhorar muito nossa qualidade de vida e daqueles que estão a nosso redor (e até mesmo daqueles que não vemos, como os espíritos desencarnados). Basta querer.



Os sãos não precisam de remédio, mas sim os doentes

Por vezes, trazemos em nosso espírito verdadeira vontade de ajudar aos outros, de ser instrumento útil da seara divina mas, por ignorância, acabamos desperdiçando grandes oportunidades de trabalho, pois esperamos por um « momento certo ». 

Conta Humberto de Campos, através de psicografia de Chico Xavier no livro Contos desta e doutra vida, breve história sobre Simão Pedro, apóstolo, que após ouvir aos ensinamentos de Jesus, orava pedindo por tarefas a realizar. O espírito do mestre aparece, dizendo-lhe que no dia seguinte, enviaria serviço a Simão, que aguarda. O dia chega e, enquanto espera mais uma vez por Jesus, recebe três visitas inesperadas: primeiro, Joachaz, criminoso que lhe pede socorro; depois, Júnia, prostituta que também lhe implorava remédio e roteiro espiritual; por último, Jarim, alcóolatra, pedindo refúgio. 

Tão logo chegam, são os três - um a cada vez - expulsos da casa por Simão Pedro. À noite, retorna Jesus, e Simão compreende: aqueles visitantes, que vieram « atrapalhar » o serviço que ele esperava do mestre, eram oportunidades para pôr em prática os conhecimentos morais adquiridos. Eles eram as tarefas que ele aguardava, mas ele não os reconheceu dessa forma. Jesus, então, pede-lhe que medite sobre o Evangelho e, ao acaso, Simão encontra o versículo seguinte:
« Os sãos não precisam de remédio, mas sim os doentes. »

Quantas vezes, esperamos por um chamado divino, uma tarefa que supomos importante , nos tornando assim cegos às oportunidades que temos de ajudar os outros, ou então, esperamos ajudar apenas aqueles que « mereçam » nossa ajuda? 

É verdade que muitas vezes nos referimos à vida na Terra como uma escola, mas não podemos esperar que as provas daquela sejam tão explícitas quanto as desta. Às vezes não estamos preparados; às vezes, é no momento mais inoportuno que surgem os pedidos de ajuda. Mas é exatamente nestes momentos que nossas verdadeiras inclinações se mostram - afinal de contas, como podemos nos propormos a ajudar, se só ajudamos nos momentos e nas situações convenientes? 

As oportunidades talvez não surjam diariamente, mas a partir do momento em que mostramos, em prece, nossa disposição às tarefas de cunho espiritual, como o alento e a caridade, os espíritos superiores que nos guardam fazem o possível para que oportunidades apareçam em nosso cotidiano. Porém, eles não podem nos forçar a reconhecê-las e dar a elas a importância devida; isso temos de fazer sozinhos, mostrando assim que nossas boas intenções são mais do que palavras vazias. 

Não podemos resolver todos os problemas do mundo e certamente não podemos resgatar a todos, mas ainda que modestos, devemos nos empenhar em nossos atos. São aqueles que « menos  merecem » os que têm mais necessidade de compreensão e de redirecionamento. 


Portanto, ao invés de esperarmos as condições perfeitas, os momentos e pessoas ideais para colocarmos em prática o que nos ensinou Jesus, é melhor que aprendamos a reconhecer as oportunidades corriqueiras que se nos apresentam. Não esperemos pela glória das grandes obras - lembremos que os maiores edifícios são construídos aos poucos, tijolinho por tijolinho. 

Ausência temporária

Desculpem a falta de postagens, fins de ano são um pouco complicados para mim, porque o fim do semestre é o período de exames finais na minha faculdade. Então ando passando a maior parte do meu tempo revisando para as provas e assim não tenho muito tempo e disposição para escrever aqui.
Mas, sem problemas, logo logo voltamos com os estudos do Evangelho Segundo o Espiritismo!

Um feliz 2014 para todos! (:

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