Archive for outubro 2013
Não Por a Candeia debaixo do Alqueire - Capítulo XXIV - "A Coragem da Fé"
quarta-feira, 30 de outubro de 2013Mesmo que bastante difundida no Brasil, a doutrina Espírita sofre, ainda hoje, certos preconceitos. São muitos os que acreditam tratar-se de charlatanismo o trabalho dos médiuns, ou que, por ignorância, temem os frequentes contatos com os desencarnados. Soma-se a tais equívocos o desprezo generalizante de outros acerca de quaisquer doutrinas teístas (ou seja, que admitem a existência de Deus), e podemos compreender o porquê da hesitação de muitos a admitirem que são espíritas.
Afirmar-se espírita é, como o ato de emitir qualquer opinião, engajar-se. E engajar-se significa defender um ponto de vista, ainda que face a opiniões contrárias.
Dependendo de nosso contexto familiar ou social, não é uma tarefa fácil e, por medo de prejudicar nossas relações com pessoas que amamos e respeitamos, podemos acabar escolhendo esconder aquilo que realmente pensamos. Mas isso é um erro.
Ao divulgar a doutrina Espírita, podemos ajudar pessoas que encontram-se diante de problemas aparentemente em solução, de grande sofrimentos ou de uma necessidade de mudança. Quando guardamos tais conhecimentos apenas para nós mesmos, estamos colocando a candeia debaixo do alqueire. De que adianta a candeia iluminada, se nós a escondemos? Para que serve a luz que não tem a chance de iluminar?
Tente se lembrar de como o espiritismo surgiu em sua vida, e como você se sentiu ao receber suas respostas tranquilizadoras sobre a continuidade da vida e a reencarnação; ao perceber as infinitas lições que podemos aprender ao curso da vida se estivermos realmente dispostos; ao encontrar consolo e esperança na certeza de um Deus justo, que não julga, que não pune, mas que ama e ensina pacientemente.
Não são poucos aqueles que têm necessidade de tal alívio. Não há porque temer o julgamento alheio - aquele que hoje zomba pode ser o mesmo que amanhã encontrará uma nova alegria nas palavras de Jesus.
É claro que não nos cabe querer converter ninguém ao Espiritismo, e nem pregá-lo como uma doutrina superior às outras. Existem centenas de fontes de luz, milhares de caminhos diferentes que levam a Deus - o Espiritismo é apenas um deles.
O mais importante é saber respeitar a opinião de outro, ao mesmo tempo que se lhe permite conhecer a doutrina Espírita e, sobretudo, o bem que ela nos trouxe, o bem que ela nos incita a fazer pelos outros - através da caridade - e por nós mesmos - através da análise de nossas dificuldades e vontade de melhora.
Não sejamos egoístas em nossa fé. Retiremos o alqueire de cima da candeia e deixemos que ela brilhe, iluminando o nosso caminho e de todos aqueles em necessidade da luz divina.
Posted by Ana Blume in O Evangelho Segundo o Espiritismo
Falsos Cristos e Falsos Profetas - Capítulo XXI - "Não acrediteis em todos os espíritos"
quarta-feira, 23 de outubro de 2013Muito se fala sobre os fenômenos espirituais. A comunicação com os espíritos desencarnados, seja ela através da psicografia, da psicofonia ou da vidência sempre fascinaram ao homem encarnado - prova da continuidade da vida.
Essas comunicações, porém, nem sempre são proveitosas. Há muitos espíritos na erraticidade; nem todos eles estão aptos a fornecer ajuda através da comunicação com os encarnados, e muitos, por ignorância, se comprazem em brincadeiras de mau-gosto. É preciso que estejamos atentos para sabermos distinguir entre esses tipos de comunicação.
Essa comunicação nem sempre se dá de maneira aberta (como a psicografia). A inspiração é a principal forma que os espíritos têm de nos influenciarem e de falarem conosco, seja para nos incitar a tomar decisões melhores, seja para nos atrair para um padrão vibratório mais baixo. Esse tipo de influência não é facilmente reconhecível. Podemos atribuir a nós mesmos um pensamento que nos foi inculcado por um espírito desencarnado, principalmente se não temos noção da vida espiritual.
Recentemente, um conhecido passou por uma situação que ilustra bem essa influência dos desencarnados sobre nós. Ele estava numa padaria, na fila do caixa, quando sentiu uma forte vontade de comprar cigarros, mesmo nunca tendo fumado. Começou a olhar as diferentes caixinhas e maços, atraído pelas diferentes cores. Mesmo não sendo fumante, pensou em comprar alguns maços para colecioná-los.
Foi então que, sentindo a presença de alguém, virou-se para trás. Lá estava um espírito, de aparência abatida e rosto encovado, que lhe pediu para "dividir" com ele um maço de cigarros. Através do pensamento, ele pediu desculpas ao espírito, dizendo-lhe que não fumava, e saiu, pedindo aos irmãos espirituais para que se ocupassem dele.
Infelizmente, nem todos possuímos a sensibilidade mediúnica suficiente para identificar desejos que não são nossos e perceber aí a influência de um espírito errático. Mas o simples hábito de manter-se atento, vigiando nossos pensamentos, pode nos evitar situações um tanto quanto complicadas, que podem se arrastar por meses ou anos sem que nos demos conta - degenerando em estados de obsessão e doenças espirituais ou físicas.
Durante as sessões mediúnicas, essa atenção deve ser redobrada. Assim como na Terra, muitas pessoas tentam se passar por outras para receber atenção e reconhecimento, o mesmo acontece no mundo espiritual. Embora as casas espíritas sejam lugares de vibrações elevadas, protegidos das influências exteriores, o médium pode acabar por, através de suas próprias vibrações de orgulho e personalismo, tornar-se vítima de um "falso profeta" - nesse caso, a situação é "permitida" pelos espíritos que guardam a casa, para que o médium perceba por si mesmo o seu erro, e mude sua conduta.
É imprescindível a máxima de Jesus, "orai e vigiai".
Oremos e vigiemos sempre nossas ações e pensamentos, para que recebamos apenas a influência dos espíritos superiores que estão sempre dispostos a nos guiar. Deus está sempre conosco, sempre presente - basta que nos alinhemos com as boas vibrações celestes para percebermos sua presença e nos beneficiarmos de seu apoio.
Posted by Ana Blume in O Evangelho Segundo o Espiritismo
A gratidão é uma das maneiras mais simples - e diretas - para entrarmos em harmonia com as vibrações do alto. Ao expressarmos verdadeiramente nossa gratidão, seja a alguma pessoa específica, seja em oração, sofremos uma mudança de ponto de vista, dando mais atenção ao positivo do que ao negativo, e essa mudança de pensamento faz toda a diferença.
Estamos acostumados a encarar a gratidão como algo que se sente quando alguém nos faz algo de bom: quando alguém nos ajuda a carregar sacolas pesadas, quando nos seguram a porta do elevador, quando nos dão um presente. Mas a gratidão vai muito além disso - a gratidão, assim como a fé, é um estado de espírito.
Quantas coisas possuímos, e a quantas coisas não damos o devido valor! Passamos por cima delas, cegos, querendo sempre mais, como se a tudo tivéssemos direito, como se a vida nos devesse qualquer coisa. A ingratidão gera sempre o sentimento de insatisfação - a sensação de que há algo faltando - e, com ele, a amargura, o pessimismo, a tentativa desmesurada de preencher um vazio interior que percebemos como algo real, mas que em verdade é injustificável.
Olhe ao redor. Escute através da janela o passinho rápido dos que se apressam, e agradeça pela faculdade de ouvir. Levante-se para ir trabalhar, agradecendo pela saúde, pela mente sã, pela oportunidade de ser útil. Veja as flores no canteiro e agradeça pela visão de algo tão belo. Sejamos gratos por nossos amigos, por nossa família, por nossos talentos, pela oportunidade do crescimento, por nossa saúde, e até mesmo pelas pequenas coisas que parecem tão corriqueiras: o movimento fluido das pernas, a habilidade de sentir até mesmo os sentimentos mais pesados, os dentes saudáveis, o crescimento das unhas, as meias que esquentam os pés, as horas a mais de sono, a capacidade de criar, de imaginar, de sorrir...
A gratidão, devidamente expressada, gera o sentimento de paz, de alegria, de esperança. Um estudo recente, realizado em 2005 pela Universidade da Pensilvânia, mostra que o fator mais importante na busca da felicidade é a gratidão. Não porque nos tornamos mais felizes ao expressar nossa gratidão pelas coisas que normalmente não notamos - mas porque ao notar essas coisas, ao agradecer por elas, percebemos o quanto já somos felizes.
A gratidão, segundo Joanna de Ângelis, é resultado de um amadurecimento psicológico. Isso é bem verdade - mas podemos começar a praticar a gratidão agora mesmo, e fazer dela um hábito tão indispensável quanto a higiene diária.
Pode-se manter um diário da gratidão: todos os dias escrever ao menos três coisas pela qual você é grato. Uma variante desse diário é todos os dias tirar uma foto de algo pelo qual você é grato - sua família, seu trabalho, a comida e até mesmo o travesseiro confortável depois de um dia cansativo. Pode-se também agradecer a Deus, em oração, todos os dias antes de dormir e assim que acordar; ou mesmo aprender uma oração de gratidão - como o Poema da Gratidão, imortalizado por Divaldo Franco.
Quando somos gratos, obtemos uma perspectiva mais próxima daquela demonstrada por tanto espíritos superiores. Ao praticar a gratidão, tornamo-nos automaticamente mais humildes, mais empáticos, mais compreensivos, mais felizes, mais caridosos. A gratidão anda sempre de mãos dadas com a esperança, com a fé e com caridade; é uma das formas mais eficazes para percebermos, de fato, a presença constante de Deus em nossas vidas.
Sejamos, então, maravilhosamente gratos, por todas as coisas boas que possuímos e que vivemos; sejamos também gratos, como sugere Joanna de Ângelis, por todas as coisas negativas que não nos acontecem; e por último, sejamos também gratos pelas situações difíceis que temos de enfrentar - é através delas que aprendemos, e é através de tais aprendizagens que podemos evoluir mais rapidamente.
Posted by Ana Blume in Gratidão
É muito importante a prática do Evangelho no lar. Da mesma forma que é preciso manter a mente em ligação com as vibrações positivas de nossos irmãos superiores, para que, dessa forma, sejamos guiados a pensar, realizar decisões e a nos comportar de acordo com os princípios morais do Evangelho de Jesus, também é preciso manter higienizado o ambiente onde passamos grande parte de nossas vidas.
Somos ainda espíritos em evolução. Por essa razão, é comum termos, ainda, grande quantidade de pensamentos e emoções negativos - sentimos perdidos, tristes, raivosos, culpados... Isso é comum, e não devemos nos julgar menores por sentirmos tais coisas. Porém, todos os nossos pensamentos e emoções são energias que se acumulam no ambiente feito pó. Ora, se nossos pensamentos ainda são majoritariamente negativos, é normal que nos ambientes onde nos encontramos com frequência fiquem acumuladas essas energias pesadas.
Sendo o lar o ambiente principal de nossas vidas - o lugar onde dormimos, comemos, e mantemos nossos laços com as pessoas de nossa família -, teremos certamente grande quantidade dessas energias. Às vezes chegamos em casa esgotados, irritados, melancólicos por algo que nos tenha acontecido durante o dia, e é dentro de nossa própria casa que as energias causadas por esses pensamentos ficam.
É preciso então higienizar o ambiente, para que haja a renovação de energias, para que o ambiente torne-se leve e nos sintamos verdadeiramente protegidos, junto das pessoas que amamos. É através do Evangelho no lar que podemos realizar essa limpeza.
Para aqueles que ainda não têm a prática, pode-se encontrar no site do Centro Espírita Bezerra de Menezes um guia para realização do Evangelho no Lar.
Um dos aspectos mais importantes do Evangelho no lar é a sua frequência. Recomenda-se que se faça o Evangelho no lar uma vez por semana, sempre no mesmo dia e mesmo horário. Isso acontece porque, tal como numa reunião num centro espírita, espíritos protetores se aproximam para nos auxiliar em nossa tarefa (a realização do Evangelho no lar), e se programam para retornar ao mesmo local, no mesmo dia e horário, para o prosseguimento do trabalho.
Por isso é importante saber que o Evangelho no lar é um compromisso - com nós mesmos, com aqueles que moram conosco e com os bons guias do plano espiritual. Precisamos demonstrar seriedade e disciplina em nossa intenção de nos melhorarmos. Por mais que apareçam interrupções ou problemas a serem resolvidos, no dia e horário escolhido para o trabalho, façamos antes de tudo o Evangelho, sabendo que a harmonização do lar e do espírito é uma prioridade.
Não criemos tampouco desculpas para adiar a prática do Evangelho. Mesmo quando envolvidos em atividades importantes, ou prazerosas, não nos fará mal interrompê-las durante alguns minutos para fazer a tão necessária limpeza espiritual de nosso lar. Podemos voltar a elas logo em seguida, com maior disposição para realizá-las, tendo tido nossas energias revigoradas.
Posted by Ana Blume in Evangelho no Lar
Posted by Ana Blume in Reforma Íntima
Posted by Ana Blume in Feminismo