Archive for novembro 2013

Predominância do Bem

Sabemos bem que estamos em um momento de transição, tanto pessoal quanto planetária. A Terra está deixando, progressivamente, de ser um planeta de Provas e Expiações para tornar-se planeta de regeneração, com a predominância do bem.

Podemos argumentar que, diariamente, ainda recebemos notícias chocantes, tristes, que nos lembram do quanto ainda temos de melhorar enquanto comunidade global. Mas basta nos propormos a prestar atenção nas evoluções feitas para percebemos que o Bem caminha para uma posição predominante.

Para cada notícia negativa, para cada demonstração de violência, de preconceito, existem centenas de vozes que se opõem, pedindo a criação de uma sociedade mais justa, mais pacífica, mais gentil. Cada vez mais, são criados movimentos que visam a destruição de paradigmas infelizes, e a sua substituição pelo pensamento crítico, capaz de criar soluções que beneficiam a todos.

Só precisamos escolher fazer parte disso: questionando nossas próprias certezas, eliminando preconceitos, advocando pela compaixão ao invés do julgamento e do cinismo.

É no plano individual, nas pequenas atividades diárias, que esses princípios são mais necessários. Podemos contribuir com grandes obras, fazer doações, trabalhar em prol do outro; mas são nos momentos mais banais, quando não há ninguém olhando, que nossas verdadeiras tendências imperam - e, portanto, são nesses momentos banais em que mais precisamos nos vigiar.

Ao invés de tentarmos passar uma imagem que pouco tem a ver com nós mesmos - uma imagem de elevação que ainda não alcançamos -, sejamos humildes. Sejamos nós mesmos, mas sejamos o nosso melhor. É desses pequenos momentos de (auto) aceitação e misericórdia que retiramos as forças para os grandes trabalhos, para os momentos de dificuldade.

Contribuamos para a predominância do Bem, sabendo que mudar a si mesmo é mudar uma pequena parte do mundo, para que possamos inspirar aos outros, e dar a eles esperança. Mostremos, através de nossas próprias ações, que o planeta está evoluindo, fazendo o possível para auxiliar esta evolução.

Amar ao Próximo como a Si Mesmo - Capítulo XI - "A Lei do Amor"

É mensurável o estado de evolução do espírito através de suas tendências. Segundo as instruções e Lázaro, o espírito no estado mais baixo de evolução tem apenas instintos; em seguida, mais avançado, ele tem sensações; mais purificado, ele tem sentimentos - e é nesse momento em que ele pode encontrar o amor, o mais elevado dos sentimentos.

É possível que encontremos, no mesmo espírito, mais de uma dessas tendências. Podemos encontrar os sentimentos e sensações, as sensações e os instintos, cada uma fazendo-se ouvir em determinados momentos. Isso é normal, pois os estágios de evolução do espírito são longos períodos de transição, onde tendências mais elevadas podem encontrar-se com tendências menos elevadas.

O mesmo se dá com o amor: ele se espalha conforme evoluímos. Não devemos, porém, confundí-lo com sentimentos transitórios, como a paixão ou a possessividade. O amor a que se refere Lázaro não é a necessidade constante de estar com uma pessoa determinada, mas a necessidade de aceitar a todos, de ajudar a todos.

O amor nasce da cissão com a personalidade. Enquanto estamos embrenhados no universo egóico, criamos sempre um "eu" que se opõe a um "outro". Dessa oposição, nascem diversas formas de violência, intolerância, preconceito, etc. Temos a necessidade de apontar o defeito no "outro" para diferenciá-lo de nós mesmos.

Essa oposição, levada a consequências extremas, é o que dá origem a guerras religiosas, genocídios, a crimes de racismo, homofobia e machismo. No dia-a-dia, em proporções menores, ela aparece nos olhares que lançamos às pessoas, julgando-as, na necessidade que temos de criticar o outro, de falar mal, de provar que estamos certos.

Para encontrar o amor ao qual se refere Lázaro - o verdadeiro amor divino, o amor como elevação do espírito -, precisamos romper com o ego. Ao invés de procurarmos aquilo que nos diferencia das outras pessoas, procuremos aquilo que nos une; ao invés de enxergamos o "eu" contra o "outro", façamos o possível para enxergar o "nós" - e estendamos nosso "nós" até onde a vista alcança.

Além disso, lutemos como pudermos contra nossos instintos. Deixemos, pelo contrário, que nossos sentimentos nos sirvam de guia, calando os pensamentos inoportunos. "Será então que, compreendendo a lei do amor, que une a todos os seres, nela buscareis os suaves prazeres da alma, que são o prelúdio das alegrias celestes".

A Importância do Amor na Reforma Íntima

Quando começamos nossa reforma íntima, percebemos, antes de qualquer coisa, o quanto precisamos mudar: temos tendências pouco felizes a cometer e repetir erros, a julgar os outros precipitadamente, a nos fazermos de vítimas, a nos rebelarmos. A lista longa, e cada um de nós a conhece bem.

Depois de identificarmos os erros em nosso comportamento, o próximo passo tende a ser o esforço para suprimir esses erros. Se temos a tendência à violência, seja ela verbal, emocional ou física, nos controlaremos ao máximo para não praticá-la; se temos tendência ao materialismo, usaremos toda a nossa força de vontade para não dar grande importância aos bem materiais que desejamos ter.

É verdade que esses comportamentos não trarão boas consequências nem para nós e nem para aqueles que nos rodeiam - e, portanto, é preciso nos esforçarmos para não repetí-los. Mas de que serve combater a consequência, se desconhecemos a causa?

Os nossos comportamentos são consequentes aos pensamentos e sentimentos que trazemos em nós - sejam eles herança de outras encarnações, sejam eles vindos da encarnação atual. Se temos comportamentos que não gostamos, é primeiramente aos pensamentos e aos sentimentos que precisamos prestar atenção.

Um dos sentimentos mais profundos, de cujas ramificações podem surgir dezenas de pensamentos, convicções e comportamentos negativos, é o medo. Alguns dirão que o medo é fruto do instinto humano, uma estratégia de sobrevivência. Isso é verdade; porém, nos acostumamos a viver diariamente o medo, sob diversas formas. Em demasia, o medo não é somente desnecessário, mas também nocivo.

O medo é a raiz do orgulho, da arrogância, da violência, do ódio, de incontáveis transtornos mentais, da avareza, de muitos desentendimentos entre as pessoas e os países, do preconceito, de vários tipos de vício. Podemos tentar combater todas essas consequências, mas não nos livraremos delas por definitivo até darmos um jeito em sua fonte.

A única forma de combater o medo é através do amor. Ao adotarmos uma postura de amor em relação a nós mesmos, aos nossos próximos e à nossa vida, somos capazes de transformá-la completamente.

O amor compreende, acalma, educa, aceita, confia, perdoa. Nele estão contidos todos os princípios ensinados por Jesus - a serenidade, a fé, a confiança em Deus, o perdão, a caridade, a humildade, a integridade, a simplicidade.

Basta que escolhamos o amor, conscientemente.
Ao invés de julgar o outro, façamos o possível para aceitá-lo como ele é.
Perdoemos nossa vida por não ser aquilo que queríamos que fosse, e perdoemos ainda nós mesmos por ainda não sermos capazes de criar para nós mesmo a vida que queríamos.
Guardemos a serenidade em todo momento, confiando em Deus.
Livremo-nos da culpa paralisante, que não induz a evolução alguma.
Sejamos alegres, simples, gratos.

Na maioria das vezes, nossos medos são em vão. Cabe a nós mesmos, através do auto-conhecimento, nos tornamos conscientes de nosso medo e de suas consequências, para que assim possamos modificar nossos pensamentos, sentimentos e, consequentemente, nossas ações.

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